quarta-feira, novembro 18, 2009

Da escultura na ex-cultura


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Qualquer coincidência não é mais do que uma mera coincidência. Uma reflexão pairou sobre a imagem da garota Uniban. A da Vênus pré-histórica, com as formas exageradas, na atualidade, mas que eram indicativas de uma fertilidade, já que em épocas remotas, as formas voluptuosas de uma mulher indicavam a possibilidade necessária ao ato de ser mãe, de procriar, e sem dúvida nenhuma proporcionando um aumento generoso do clã familiar; significativo de mãos para o trabalho e ou do sexo feminino para as trocas convencionais em negociatas sobre paz, terras, alianças ou mesmo atritos. Nota-se, e como não notar, o “rosa shoking”, que chocou evidentemente toda uma multidão. Não quero estacionar em diálogos moralistas, educacionais, é o senso comum! Vamos escrever, em tentativas de entender aquele olhar ingênuo ou quase, sensual ou quase, que comparando ao do lado materno, triste, desiludido, maltratado por uma vida sem auto-estima, sem valorização, indagava, se é que indagava, o estranhamento de uma situação, já que existem muito mais coisas importantes e esmagadoras na vida de uma ou qualquer mulher!
Que tal explorarmos o “rosa shoking”, em uma analogia à esquálida Barbie, (ou no que se transforma qualquer mulher africana que ainda consegue extrair de si, o ato de “parir” sem demonstrar formas fertilizantes, mas sim famélicas formas da desnutrição), onde transparece uma alimentação exagerada, ou não saudável, ou demonstrativa de que a atividade física é reduzida, a não ser todavia para subir a rampa da Uniban, no mais alto estilo, como não?! e/ou porque não?! Como compreender o que se pontua sobre o corpo de uma mulher? Formas exageradas transtornam a plebe; já a esquálida somaliana ou sudanesa, causaria furor? Ou unicamente em passarelas?
A “saúde” é sem dúvida variável em seus conceitos, perante a Medicina, perante a Geografia da fome e da miséria, perante a turba masculina e feminina, perante a Moda. O que é saúde ou como distinguir a variação do que é saudável? Em todos os aspectos, por favor! Do corpo, dos gritos, das ameaças, da Barbie, do desejo. A única transparência que resta é a do “embrulho” neste embróglio!
Como se embrulham as mulheres é algo a observar: das mulçumanas às ocidentais; e ao notarmos como o setor masculino ainda é mobilizado por formas, consideramos que é um instinto e muito antigo.
Que a garota aproveite, com aquele olhar doce de menina, as oportunidades que mobilizam e mobilizaram na História, as suas formas, ainda consistentes! Pois na verdade, a mulher que ela não deseja ser, é aquela sem oportunidades, representada no olhar sofrido da mãe.
E quem sabe, com a “mola do mundo” em mãos, a garota saiba afinar a silhueta para seguir em frente. Só o tempo dirá. Existe a “fome” em todas as versões: de poder, de fama, de sexo, da vaidade, da baderna, do conhecimento , do dinheiro, de oportunidades, do desejo.E há o exagero, nas demonstrações orais, nas cores da moda, e sem dúvida no loiro capilar.
Mas será que os alunos conheciam a Vênus da pré-história? Ou o mito ressurgiu naquele momento? Qual mito? Ora, o da Mulher de Willendorf. E seria um mito? Ou realidade histórica e antropológica? A escultura perante a ex-cultura universitária.

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