terça-feira, novembro 26, 2013

A Questão do consenso: a média como indicador de neutralidade.

GR


TCC



Desde que defendi a dissertação de mestrado, dificilmente houve um ano em que não vasculhasse o texto no intuito de procurar fontes, citações, correção para ampliar o tema e de que esse mesmo texto se tornasse passível de publicação (este último nem importa tanto) etc.
E hoje mais uma vez estou com este texto aqui para ser aberto e relido, fico muito orgulhosa deste fato, eu mesma, ele me satisfaz e há possibilidades de ampliação sim, é um texto aberto que pode ter continuidade, isso é o mais importante.
Mas o que me leva a ele, tem origem e se alonga desde o dia 15 de novembro, dia em que, apesar de feriado, me dediquei com orgulho a ser integrante da banca 19, avaliando 10 alunos  de diversos Pólos do interior do estado, que estavam em busca da sua formação profissional sob a tutela de uma Universidade Federal, em curso de Licenciatura EAD, eu já participei de diversas bancas, mas a reflexão tomou conta de mim.
E relato que em um momento me vi com mais dois colegas a avaliar, não ginastas, mas sim futuros profissionais da Educação, coisa que tem um teor diferente.
Explico melhor, as aproximações e os distanciamentos das duas atividades:
Tanto a avaliação em Ginástica Rítmica, como a apresentação para defesa em TCC constam de critérios: Na GR as fichas, a ginasta a se apresentar, os aparelhos e a música. Uma banca em que somos todas sabedoras de que existe uma média a ser formulada após as notas dos árbitros, e que para a direção de arbitragem, deve ser verificada as diferenças entre as notas centrais (caso com 4 componentes) e se houver disparidade estes dois árbitros devem efetuar ajustes que constam em uma tabela diferenciando estes ajustes a partir de notas  9,0, ou 8,0 ou abaixo de 7,0. Não estou com o texto no momento, mas somos sabedoras da sua existência.
No TCC, o aluno a se apresentar, já entregou com anterioridade um texto, e na hora efetua uma apresentação oral, acompanhada de ppt, caso seja necessário, e havia a obrigatoriedade de ter criado com antecedência um vídeo com normas de elaboração, e com inclusão de narrativas, legendas, áudio, texto, imagens e vídeos. Que deveria levar em CD ou pendrive...
Os participantes da banca preenchiam uma ficha onde os critérios estavam estabelecidos de antemão, a variação dos valores para o TEXTO, para a apresentação oral e a apresentação da mídia. E efetuava-se uma média (por 3).
Pois bem, e eu lá a matutar para estas convergências e de como a média aritmética possibilitava o consenso de que falo agora.
Tudo é Cultura, e como conceito, que é complexo, admitimos variados contrastes de opiniões e definições. Mas ao tomarmos Geertz (1989) que se situa perante a Semiótica  este autor aponta o homem amarrado a uma teia de significados que ele mesmo teceu.
Já Mondin (1980) relata que esta complexidade cultural surge da língua, dos costumes, das técnicas e de seus valores.
Então se conclui que biologicamente estamos impregnados de cultura, e ligado às normas, proibições, valores, símbolos, mitos e ritos.
Em 1948, durante os jogos Olimpicos em Londres, Ackroyd (1987) RELATA AS CONTROVERSIAS SOBRE OS METODOS DE scoring E JULGAMENTOS. E que a FIG decidiu por uma standartização das competições e técnicas para fundamentar os princípios de julgamentos, bom ressaltar que o Código masculino surgiu em 1950, mas o feminino em 1970.
Mendizabal (2000) relata que em lugar de receber medalhas eram oferecidos às ginastas  pinturas , estátuas , cerâmicas de valor. O que vemos hoje em dia, são as medalhas, os troféus, e os cheques.
Tudo evolui, nada tenho contra o processo. Evolui sobre o aspecto político e econômico. E de desenvolvimento de treinamento.
E aí surgiram nos julgamentos as infrações. Del Valle (1984) aponta que não existiam regras fixas e claramente definidas. O país ganhador era o que continha maior virtuosismo e originalidade mas que aconteceu uma evolução baseada no sistema social, capitalismo, novas visões competitivas, preparação tática e coreográfica das equipes.
Nas Universidades existem regras de finalização de cursos, trabalhos estipulados com anterioridade e que devem seguir academicamente as normas da Universidade, e da ABNT.
Após tanto bla, bla, bla, e articulações textuais, com diversos autores, e dois parâmetros avaliativos, qual o motivo da minha escrita?
Ora, um dos meus alunos, via FB, conversou comigo, sobre o não entendimento da sua nota e eu prometi verificar. Acabei de chegar da rápida reunião entre amigos. Apesar de já saber com antecedência o que havia acontecido.
Os critérios variam de pessoa para pessoa, os conceitos não são os mesmos, não há neutralidade, deve haver consenso, obtido através da média aritmética.
Igualmente se passa em nossas avaliações em GR. Nada contra!
Referências
ACKROYD, P. International Gymnastics: Sport, Art or Science. London: Kingswood Press, 1987
DEL VALLE, F. Gimnasia Ritmica Deportiva: evolucion e aspectos. Madrid: Esteban Sans, 1991
GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 1989
MENDIZABAL, S. Fundamentos de la Gimnasia Ritmica: mitos y realidad. Madrid: Gymnos, 2000
MONDIN, B. Introdução a filosofia: problemas, sistemas, autores e obras. Tradução de J. Renard. 6ed. São Paulo: Paulinas, 1980.

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