GR |
TCC |
Desde que defendi a dissertação
de mestrado, dificilmente houve um ano em que não vasculhasse o texto no
intuito de procurar fontes, citações, correção para ampliar o tema e de que esse
mesmo texto se tornasse passível de publicação (este último nem importa tanto)
etc.
E hoje mais uma vez estou com
este texto aqui para ser aberto e relido, fico muito orgulhosa deste fato, eu
mesma, ele me satisfaz e há possibilidades de ampliação sim, é um texto aberto que
pode ter continuidade, isso é o mais importante.
Mas o que me leva a ele, tem
origem e se alonga desde o dia 15 de novembro, dia em que, apesar de feriado,
me dediquei com orgulho a ser integrante da banca 19, avaliando 10 alunos de diversos Pólos do interior do estado, que
estavam em busca da sua formação profissional sob a tutela de uma Universidade
Federal, em curso de Licenciatura EAD, eu já participei de diversas bancas, mas a reflexão tomou conta de mim.
E relato que em um momento me vi
com mais dois colegas a avaliar, não ginastas, mas sim futuros profissionais da
Educação, coisa que tem um teor diferente.
Explico melhor, as aproximações e
os distanciamentos das duas atividades:
Tanto a avaliação em Ginástica Rítmica,
como a apresentação para defesa em TCC constam de critérios: Na GR as fichas, a
ginasta a se apresentar, os aparelhos e a música. Uma banca em que somos todas
sabedoras de que existe uma média a ser formulada após as notas dos árbitros, e
que para a direção de arbitragem, deve ser verificada as diferenças entre as
notas centrais (caso com 4 componentes) e se houver disparidade estes dois árbitros
devem efetuar ajustes que constam em uma tabela diferenciando estes ajustes a
partir de notas 9,0, ou 8,0 ou abaixo de
7,0. Não estou com o texto no momento, mas somos sabedoras da sua existência.
No TCC, o aluno a se apresentar,
já entregou com anterioridade um texto, e na hora efetua uma apresentação oral,
acompanhada de ppt, caso seja necessário, e havia a obrigatoriedade de ter
criado com antecedência um vídeo com normas de elaboração, e com inclusão
de narrativas, legendas, áudio, texto, imagens e vídeos. Que deveria levar em
CD ou pendrive...
Os participantes da banca
preenchiam uma ficha onde os critérios estavam estabelecidos de antemão, a
variação dos valores para o TEXTO, para a apresentação oral e a apresentação da
mídia. E efetuava-se uma média (por 3).
Pois bem, e eu lá a matutar para
estas convergências e de como a média aritmética possibilitava o consenso de
que falo agora.
Tudo é Cultura, e como conceito,
que é complexo, admitimos variados contrastes de opiniões e definições. Mas ao
tomarmos Geertz (1989) que se situa perante a Semiótica este autor aponta o homem amarrado a uma teia
de significados que ele mesmo teceu.
Já Mondin (1980) relata que esta
complexidade cultural surge da língua, dos costumes, das técnicas e de seus
valores.
Então se conclui que
biologicamente estamos impregnados de cultura, e ligado às normas, proibições,
valores, símbolos, mitos e ritos.
Em 1948, durante os jogos
Olimpicos em Londres, Ackroyd (1987) RELATA AS CONTROVERSIAS SOBRE OS METODOS
DE scoring E JULGAMENTOS. E que a FIG
decidiu por uma standartização das competições e técnicas para fundamentar os princípios
de julgamentos, bom ressaltar que o Código masculino surgiu em 1950, mas o
feminino em 1970.
Mendizabal (2000) relata que em
lugar de receber medalhas eram oferecidos às ginastas pinturas , estátuas , cerâmicas de valor. O
que vemos hoje em dia, são as medalhas, os troféus, e os cheques.
Tudo evolui, nada tenho contra o
processo. Evolui sobre o aspecto político e econômico. E de desenvolvimento de treinamento.
E aí surgiram nos julgamentos as
infrações. Del Valle (1984) aponta que não existiam regras fixas e claramente
definidas. O país ganhador era o que continha maior virtuosismo e
originalidade mas que aconteceu uma evolução baseada no sistema social,
capitalismo, novas visões competitivas, preparação tática e coreográfica das
equipes.
Nas Universidades existem regras
de finalização de cursos, trabalhos estipulados com anterioridade e que devem
seguir academicamente as normas da Universidade, e da ABNT.
Após tanto bla, bla, bla, e articulações
textuais, com diversos autores, e dois parâmetros avaliativos, qual o motivo da
minha escrita?
Ora, um dos meus alunos, via FB,
conversou comigo, sobre o não entendimento da sua nota e eu prometi verificar.
Acabei de chegar da rápida reunião entre amigos. Apesar de já saber com antecedência
o que havia acontecido.
Os critérios variam de pessoa
para pessoa, os conceitos não são os mesmos, não há neutralidade, deve haver
consenso, obtido através da média aritmética.
Igualmente se passa em nossas
avaliações em GR. Nada contra!
Referências
ACKROYD, P. International Gymnastics: Sport, Art or Science. London: Kingswood
Press, 1987
DEL VALLE, F. Gimnasia Ritmica Deportiva: evolucion e
aspectos. Madrid: Esteban Sans, 1991
GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de janeiro: Guanabara Koogan,
1989
MENDIZABAL, S. Fundamentos de la Gimnasia Ritmica: mitos y
realidad. Madrid: Gymnos, 2000
MONDIN, B. Introdução a filosofia: problemas, sistemas, autores e obras.
Tradução de J. Renard. 6ed. São Paulo: Paulinas, 1980.
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