Ao abordarmos as escolhas musicais em Ginástica como esporte olímpico, além dos itens que compõem o Código de Pontuação, é necessário um olhar sobre a Estética como vetor primordial que deve orientar os envolvidos, no sentido de harmonia entre música e movimento plástico humano.
As características específicas da Ginástica competitiva na atualidade, indicam uma mobilização neste vetor, já que existe uma diferença entre “dançar a música e não somente dançar em música”.Segundo Santin (1992), há na Estética duas raízes etmológicas, uma que significa “sensação”e a outra que significa “moral”. A visão de harmonia e da compreensão musical do mundo está vinculada ao sentimento estético.Aponta o autor a existência de uma educação, entre outros pontos, para a beleza e o bom gosto, caso queiramos abrir espaço para a inspiração na Educação no futuro, pois o impulso sensível precede o racional na atuação.
Nosso objetivo poderá ser intercambiar experiências sobre o setor Artístico, no item de acompanhamento musical, que faz parte do código da Ginástica Rítmica (2004-2008) e portanto já ultrapassado, na medida em que surge um novo ciclo olímpico (2009-2012), com novas regras sobre a escolha musical das ginastas nos campeonatos individuais.
As músicas escolhidas por técnica/ginasta, foram classificadas e reagrupadas segundo critérios de estilo musical, poderemos utilizar BOUKATEM (1997), que subdivide estes estilos musicais em seis (06) categorias: o estilo clássico, o jazz, a música folclórica, a música de variedades, a música de filmes e uma categoria mista.
Define-se como estilo musical o modo de representação clara e definida, culturalmente e historicamente, seja por localização geográfica ou por pertencimento a uma escola ou tendência, que dá a base à sua escrita e universalmente reconhecida ou identificável por qualquer ouvinte e inscrita dentro de um registro social e temporal.
A música clássica repousa sobre uma linha melódica e pode ser reclassificada por sua incidência histórica inserida em grandes repertórios(barroco, romantismo, pós-romantismo, neo-clássico, e contemporâneo)Outra fonte de informação é a especificidade sobre seu destino(ballet, ópera, liturgia)
A música folclórica reagrupa origens étnicas com geografia precisa.
O estilo jazz, concerne a uma linha melódica que é acompanhada de uma variação livre, como também sobre sua historicidade (ragtime, blues,new orleans,freejazz,étnico).
O estilo de música classificada como Variedades aplicam-se às músicas do séc.XX identificadas com facilidade e seu conhecimento não restringe-se geograficamente (tango, rocks, autores como Jarré etc).
As músicas de Filmes são montagens que servem de suporte para imagens, sensações e emoções.
Já as Mixtas, são montagens em pedaços (mix), das categorias acima, pontuadas pelo tecno.Os resultados demonstram que as músicas mixadas com influência tecno (Djs) na atualidade são as mais representativas nas escolhas das técnicas, seguidas por músicas clássicas, originárias da dança e ballet que sempre influenciaram as modalidades do estudo, aparecendo logo após o estilo Variedades como músicas mais acessíveis ao conjunto de treinadoras, acompanhadas logo em seguida das músicas folclóricas, e com pouca escolha nas representações musicais originadas de Filmes, sendo que é significativo o não aparecimento do estilo Jazz por falta de popularidade ou do alto grau de performance necessário a uma composição plástica do movimento neste padrão.
Os novos parâmetros do Código do próximo ciclo olímpico, indicam a necessidade de uma abertura cultural e musical, na representatividade plástica das séries de exercícios das ginastas, demonstrando assim que a expressividade corporal e harmônica em qualquer estilo musical faz parte do virtuosismo nas apresentações em modalidades Ginásticas em Olimpíadas.
