Querida Zize, eis uma sessão nostalgia, fui a Recife e
dediquei uma tarde para recordar as peripécias em nossas viagens na região Nordeste
Desta vez não será uma carta e sim uma postagem, mais do que
email.
Mas esta frase me faz recordar velhos tempos em que recebi um comunicado
oficial dos Correios sobre a obrigatoriedade de utilizarmos o envelope
tradicional, uf! Só tinha de acontecer
comigo, rs.
E compreendi logo cedo que o que rouba a criatividade é a
formatação que o sistema aplica sobre nós.
Recife se encontra meio abandonada e locais culturais de
outrora não são mais preservados porque existem outros mais em voga.
Aproveitei o feriado, andei de ônibus e lógico que para comemorar escolhi um almoço
PF... Reservo-me ao direito de dizer que o de antigamente era mais saboroso! O
Valor? Ora, daria para dividirmos irmamente como fazíamos sempre e antes de seguirmos
viagem.
As mesas de ofertas de retalhos ainda existem, só que o nosso divertimento
foi inesquecível e há coisas sem repetição nesta vida, são únicas.
Observei que a reprodução em massa de temas culturais no
artesanato, em prol do consumismo, retirou o valor estético e de criatividade
do artesão, isso de um modo geral. Durante este ano
em que visitei João Pessoa, Aracaju e Manaus a repetição
ocorre e tudo se torna uma chatice única. Em suma, reprodução e não personalização
, ate parece o FB.
Mas aqueles artesãos
que são diferenciados em suas produções reservam suas criações para
algumas lojas que garimpam e servem de intermediários na venda do produto.
Andei e encontrei peças interessantes e com preço elevado,
para ser considerado arte popular.
Não devemos chamar assim, são pecas que exprimem a
regionalidade mas com sensibilidade que as diferenciam.
As musicas nas ruas se diversificam entre o sertanejo da
moda, o Funk e o balanço do Reguee . Não ouvi nenhuma ciranda, xotes ou mesmo
Nação Zumbi, viraram clássicos, só pode!
As igrejas coloniais estão sempre fechadas mas o típico do
populacho (bêbados e moradores de ruas) ainda se sentam nos degraus.
Nada será como antes, embora ainda o seja!
Qualquer dia recordo o desfile de moda em Ipanema, o baixo
Leblon ou as tentativas de acertos em abrir a porta em Salvador apos shows ou o suco de Cacau em Ilhéus ou os carnavais de mortalhas entre o povão,
que em suas feiras e conversas é que nos ensinaram a olhar a diversidade das
pessoas e a lhes dar valor.
Pessoas comuns como nós.
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