Dou início aqui a uma série de textos em Francês, referentes à Ginástica Rítmica- GR, que obtive em Lausanne, na Biblioteca do Museu Olímpico.
BERRA, M. Analyse de quelques constantes des compositions d`ensamble (Championnats Du monde Paris-Bercy -1994 - Les Entretiens de l`INSEP – GRS: le sens d`une èvolucion. n.18-19, 1997 (p.75-81) Françoise Napias (org.)
O artigo analisa o Campeonato Mundial de 1994, nos Conjuntos, efetivado em Paris. Importante pontuar que os conjuntos observados ainda constavam com o numero de 06 ginastas, sendo que a partir de 1996 o numero de ginastas passou para 05, mantido até o presente ciclo. Berra, em seu estudo, observava critérios, daquela década, sobre a composição coreográfica que deveria ser concebida (e ainda é) de uma tal maneira que além da idéia –guia, as colaborações entre todas as ginastas fossem aparentes apesar do número das dificuldades exigidas no regulamento e COP- Código de Pontuação vigente. Aponta o princípio de “economia” do espaço como elemento organizador das composições. A autora chama à atenção ainda para os seguintes pontos: a) a ocupação do espaço - repartidos (sub-grupos) ou centralizados; b)características das formações – não evolutivos (com pivots, equilíbrios, flexibilidades e trocas de grandes distâncias; evolutivas (riscos , trocas próximas, com variação de nível etc); em deslocamento – especialmente escolhidos para valorização dos saltos.Em seguida a autora relata diferentes tipos de sequencias: sequencias compostas por Tecnica corporal, sequencias espaciais e sequencias do tipo relacional ( trocas e colaborações) Ao finalizar a autora aponta três pontos principais que concernem à uma evolução da modalidade,que implicam inicialmente em pesquisas permanentes do que é apresentado em face ao código (que é o contrato técnico) caso este se mantenha constante (sem mudanças); em segundo lugar se o novo COP (para o ciclo que envolvia o Campeonato Mundial de Viena, reforçaria o aspecto esportivo e se caso esta resposta fosse positiva, questionava como se deveria manter a predominância artística e trabalho relacional das ginastas, o que faz toda a riqueza e especificidade das composições de Grupos nesta modalidade esportiva.
Debate
Na atualidade encontramos duas idéias principais que englobam a originalidade nas colaborações múltiplas e os riscos. Sendo que a sucessão encadeada das formações não é mais a essência da composição, priorizando-se as trocas e colaborações. Mas poderíamos questionar, qual o conceito de formações espaciais?
O COP, em vigor até julho próximo, ainda exige um numero mínimo de formações espaciais de até 06 formações (no COP está em negrito, ver item 3.3 – 3.3.1 p. 81 ). Mas com a dinâmica de velocidade implantada em algumas escolas européias notou-se uma certa dificuldade em manter esta regra.
Na RG- Help Desk/ out/2010, os conjuntos, no setor Artístico, eram chamados à atenção para a manutenção de uma estética de ginástica, apontando, aos bons entendedores, sobre a utilização de idéias da Ginástica Estética nas coreografias, o que não era desejado já que não está sob o arbítrio da FIG.
Ratificando as evidencias, encontramos na RG - Help Desk /jun- 2011 (p.09), que se encontra no site da Federação Internacional de Ginástica –FIG, no item concernente ao Artístico, que
“2-Les juges doivent pénaliser dûrment les conséquences de la grande perte de l’engin sur le rythme de chaque séquence de mouvements, l’interruption de l’enchaînement logique des mouvements, l’unité (et l’impact dans les Formations des Ensembles) (p. 89, 90).”
Desta forma, concluímos que as formações espaciais podem estar sendo negligenciadas em prol de composições coreograficas, ou repetidas ou mesmo não delineadas, em segundos, porem necessariamente visíveis aos árbitros, por motivos de erros sejam eles de perdas de aparelhos ou posicionamento incorreto, que provocam a não visibilidade das mesmas.
Teresa,
ResponderExcluirVejo que hoje estamos passando por um momento de mudanças. A busca pelo novo, tem nos reportado a situações inusitadas, que muitas vezes ainda não conseguimos dizer se gostamos ou não...como alguns comentários que temos vistos sobre o conjunto da Russia...
De um lado venhos a ginástica classica da Bulgária e tem se reportado a essencia da ginástica e apresentado coreografias maravilhosas, de outro a Russia sendo audaciosa e mostrando uma nova leitura da ginástica rítmica, sem contar com a Itália que tem se mostrado inovadora nas colaborações e a Bielorrusia com um estilo maravilhoso...(na minha opinião estas são as grandes escolas, que apresentam características muito marcantes), no ponto em questão que são as formações o COP preve 6 formações diferentes no mínimo, que para uma prova que tem 2m30s e o múmero de dificuldades de um conjunto(já incluindo as trocas) não é difícil de cumprir...o que vejo é que a busca por um artístico mais elaborado e uma série mais dinâmica que impressionem ao público tem levado a essa ausencia de fixação nas formações....mas como menscionei no início acho que isso faz parte dessa busca pelo novo.
bjos
Maria Helena Kraeski
poxa Maria helena e Thiago, muito obrigado pelos comentarios! isso sim é que se chama interatividade. bjs
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