sexta-feira, julho 02, 2010

Uma resenha

Segue uma resenha de um livro que gostei muitooo, principalmente por aliar Literatura com o movimento corporal do homem esportivo.
Gumbrecht, Hans Ulrich, Elogio da beleza atlética.
Trad. Fernanda Ravagnani.São Paulo:Cia. Das Letras, 2007.(187 fls)
O autor nasceu na Alemanha e é Professor de Literatura na Universidade de Stanford, com vários livros editados no Brasil.

O fascínio por esportes explica a intenção do autor em escrever o “Elogio da beleza atlética”, como também de correlacionar esteticamente este prazer, de ser um mero espectador esportivo, de uma forma unida, ao sentimento expresso por muitas pessoas na ocasião da apreciação de qualquer espetáculo classificado como Arte.

A partir da leitura do indizível do corpo lançado no espaço, indivisível com o movimento, o autor relaciona e exemplifica de uma forma simples e ao alcance dos que discordam do esporte-arte, a possibilidade de êxtase e agradecimento aos que fazem vibrar os corações dos torcedores.

A leitura se torna interessante quando o autor desconstroi, já que é exímio professor de literatura, a possibilidade de que a origem dos esportes modernos, ainda se possa categorizar como uma evolução das práticas esportivas no percurso da história humana, elucidando os possíveis enganos e explicando o objetivo social das práticas corporais de cada época abordada.

Como não admirar os esportistas, que reúnem multidões, no que intitulamos de “fenômeno de massa”? De uma forma inteligente, envolve o autor seus conhecimentos filosóficos, proporcionando aos interessados ou não, do tema, a descoberta de nuances diferenciadas sobre assuntos que permeiam o esporte, de uma forma que permite ao leitor se situar no contemporâneo esportivo, adquirindo passo a passo a compreensão lógica do que e de que forma, os clássicos de literatura podem ajudar a discernir e explicar a tendência acentuada de se praticar esportes ou ser mobilizado por tais práticas, ao vivo ou por qualquer tipo de mídia.

Um item interessante abordado é o que envolve a sua questão inicial sobre a perspectiva do Elogio ser necessário ou não aos atletas de hoje em dia. Neste ponto esta interrogativa surpreende, na medida em que somos sabedores da grandiosidade de elogios acoplados a uma grande valorização de pagamentos salariais e dos simples atos cotidianos dos grandes atletas, explorados e expostos através da mídia cada vez mais.

Sugere neste item que existe uma espécie de “deserto” neste ponto a partir do hemisfério em que se encontra o atleta, o que também causa surpresa e nos faz refletir que, ao lermos qualquer mídia, a questão se estabelece hoje em dia a partir dos bastidores dos contratos negociados através do sonhado patrocínio de empresas com os interessados, via mérito e sensacionalizados ao extremo.

Poderemos considerar que o autor veicula esta crítica em direção aos intelectuais, que embargam o movimento do corpo no esporte de ser considerado como artístico, citando que as primeiras poesias européias com Píndaro eram e são exuberantes exemplos de elogios aos atletas, apesar de portarem em seus versos “construções impenetráveis” baseadas nos mitos e cidades e considerados como documentos de Cosmologia grega unicamente.

Parte II

Parte III

parte IV final

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